domingo, 12 de dezembro de 2010

Ninguém ao lado.


E talvez as minhas confissões baratas não encha nem o buraco do seu dente, mas eu falo porque ainda há motivo, porque ainda existe uma força maior que une essa nossa mentira que dura por tanto tempo. Estou na cidade vizinha e mesmo assim, nunca nos vemos, estou desse lado de cá e você do lado de lá e mesmo assim, penso muito nas mentiras que aqueceram a minha alma durante um tempo. Mesmo com tudo que passou por essa esquina conturbada, eu ainda vivo e penso muito no que um dia fez bem a minha mente, com um cigarro na mão e uma bebida na escrivaninha ao lado, eu sei que não preciso fingir que ainda existe alguma inocência. Me toca e realmente me trata como uma vagabunda, e isso não é inocente, eu mesma sei, mas gosto do que acontece entre os nossos dois vulcões em erupção. Gosto de sentir o suor da pele e ainda mais a gagueira de não conseguir se falar o que deseja, eu peço silêncio e as suas mãos ficam trêmulas, sei que não consegue lidar com o que desconhece, mas eu peço que segure minha mão e que acredite mais uma vez nas mentiras de uma vadia qualquer. O meu veredito entrou na minha casa e ele diz que sou culpada por tudo que vem acontecendo nesses tempos, mas eu não acredito no que dizem, mesmo sabendo disso, finjo pra mim mesma que continua viva a inocência no meu corpo e principalmente na minha alma. Porque não interessa quantas luzes entrou na sua casa, interessa se ela conseguiu atravessar o seu corpo e se apoderar da sua alma. As suas acusações descansam em paz e pela primeira vez eu consigo descansar mesmo com o medo ao meu lado, pela primeira vez eu consigo dormir sozinha esta noite sem me sentir culpada. Eu sei que a obsessão nunca termina corretamente, mas pouco importa, no dia seguinte encherei a cara mais uma vez com bebida barata e acordarei ao lado de quem nem conheço. E no dia seguinte, me sentirei sozinha novamente com as minhas mentiras que mais uma vez, só conseguiu convencer alguém por só uma noite. E finalmente sentirei o peso de todos os crimes que carrego e deitarei a cabeça e pensarei novamente em mentiras que não me faça acordar sozinha no dia seguinte.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Margaridas.


É só dar um pequeno passo para conhecer o que eu chamo de : Minha paz. Talvez você, eu, ou todo mundo, nunca tenha entendido isso de que eu chamo de: Minha paz. Mas a verdade é que eu não posso explicar o que nem eu mesma compreendo, isso tudo se torna tão vago como se fosse nada, eu sei, talvez seja inútil explicar o que eu não sei começar, mas tentarei. Eu sei que eu me armaria inteira, lutaria todos os dias, para fazer com que a paz reinasse, mesmo que pra isso tivesse que existir guerra. Creio que o que eu acabei de falar é uma ironia profunda, pelo fato de precisar haver guerra para a paz reinar sobre mim, sobre você, sobre todos nós. O mundo nasceu da paz, acredito nisso profundamente, e no que eu acredito, luto até o fim. Sempre me falaram que eu sou uma pessoa destemida sobre o que eu acredito, e deva ser verdade mesmo, porque pela minha, pela sua e pela paz de todos nós, eu me armaria até os dentes para tê-la. Mas creio que não necessitaria disso se o mundo fosse flores, se ele fosse verde, é, verde. Verde sempre foi minha cor preferida e não cor-de-rosa como de todas as meninas com cabeça de vento, sempre gostei de verde por que pra mim ela é a cor da liberdade, árvores, natureza, isso tudo lembra sol, chuva, nuvens, rios... Liberdade. E eu acho que por mais que as vezes eu tenha nojo de mosquito, medo de um inseto e pavor de cobra, eu gosto de estar na natureza, talvez pelo ar, cheiro, pelas cores, ou talvez por ali se encontrar uma paz extremamente serena, como a que eu procuro, para que eu luto, que tenha todos os dias. Creio que para eu ter essa minha paz, eu precisaria de alguém que aceitasse os meus medos, os meus sonhos loucos, as minhas insônias insuportáveis, a minha insanidade, os meus defeitos e as vezes, as minhas qualidades. Porque nem toda qualidade minha que é boa para mim, talvez seja boa pra você, isso cabe em defeito também. Acho que precisaria até mesmo entender as musicas que escuto, precisaria ouvi-las como eu ouço, precisaria que tocasse fundo a alma para entender o porque eu escuto uma musica repetidamente o dia inteiro, sem enjoar, sem cansar. Acho que para eu achar a minha paz, eu deveria entender que o meu caminho é dentro de mim mesma, não fora. Eu deveria compreender e mastigar isso para não procurar mais nas pessoas, dentro delas e não em mim. E mesmo com as porradas na cara, com as mentiras que já ouvi ser contadas, mesmo passando fome e com amores novos, eu procuro o que nunca achei em mim. Mas não que eu não tenha, eu tenho até demais, tenho dentro de mim, fora, no que escuto, no que leio, no que vejo, eu tenho o que tanto procurei nas pessoas alheias e talvez isso seja um bem, uma grande perfeição, entender sem mesmo ter entendido. Eu sei que é complicado de compreender o que eu acabei de dizer, mas eu compreendo, às vezes né. Mas é como os restos de uma vela acessa, é como os restos de um incenso mal usado, às vezes nem você mesmo sabe porque resolveu pegar um esqueiro para usá-los, talvez pra achar essa bendita paz, ou então, para nada. Porque nesses tempos os seres humanos resolveram se resumir nisso: No nada. Quanto mais a sociedade pede conteúdo, mais as pessoas se rejeitam a dar, mais elas se negam, mais elas somem, cansam, correm e vão com os outros serem os mesmos, sem nada que os diferencie um dos outros. Que alguém, deuses, orixás, ou sei lá o que, levem embora isso da boca de todas pessoas: O gosto de fracasso podre misturado com vodka da mais barata, que leve pra longe todos os mal espíritos e que reine a paz. Mas as vezes, o que vagamente me dá paz, o que as vezes me dá uma paz completa, é quando eu me sinto, mesmo que longe, é quando vejo que eu vivo. É quando existe margarida no fundo do poço.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Dois.


Carrega na palma das mãos várias vidas e muitas oportunidades, consegue olhar além do que o mundo mostra ser, fazendo qualquer um compreender o que ele quer ser e o que pretende mostra ao mundo. Olhando nos seus olhos com a mais profunda verdade ele te faz acreditar no que faz bem a ele. Registra tudo o que viveu com um único olhar, guarda as mais lindas lembranças nas nostalgia as vezes vivida. E no peito guarda elas, as vezes com vontade de revive-las, ou apenas de fazer diferente, mas depois vê que tudo que fez foi o que pode e talvez o certo. Olhe nos olhos de quem consegue transmitir a verdade, toque essa pessoa com o mais intenso carinho, se não ele vai embora, tem a liberdade de um pássaro. É como uma fênix, aquela que os Deuses acreditavam profundamente que renasciam das próprias cinzas. Com o gesto mais puro e delicado, toque-o, não espere tanto tempo porque ele pode ir embora. É inacreditável ver que mesmo com tudo que passa, ele continua livre, vivo, intacto, e com várias expectativas que você não entenderia e nem veria como ele vê. Eu conseguiria definir perfeitamente o que me cativa, com os olhos fechados eu conseguiria te mostrar cada cicatriz existente no seu corpo e também, na sua alma. Mesmo com toda essa sua loucura de novas coisas, eu consigo enxergar tudo o que você tenta ver, porque eu sou uma parte de você... Vejo o que você não vê para te mostrar, e você vê o que eu não vejo para me mostrar. Mesmo com todo esse teu pouco tempo, mesmo com todas essas coisas, eu ando pensando muito em você. Eu amo alguém que existe, dentro de mim e por fora, nada imaginado, como você também não imagina nada. E com o toque mais delicado para que você não parta, eu todo a sua cabeça e o seu coração, para que finalmente tudo que acalme, para que você, descanse e talvez, durma essa noite. Porque apesar de tudo, eu entendo todas essas razões.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Nada a dizer, dizendo tudo.


Alguém ja te contou a história de que o mal deve ser cortado pela raiz?
A verdade é que não basta fazer apenas isso, já que foi picado pela cobra que se alojava debaixo da árvore de maus frutos, já que foi picado desprevenido no momento em que pensava em como poderia ter chegado ali. A unica coisa a se fazer quando algo desse tipo acontece, é sugar todo o veneno com a própria boca para que finalmente o seu sangue fique puro mais uma vez, para que o veneno não tenha invadido todo o seu corpo. Nada pode ser mais doloroso do que ser picado por alguém que durante um determinado tempo, soube todas as suas fraquezas e medos. Nada mais justo do que comparar quem te apunhalou com um gesto traiçoeiro e rasteiro, como de uma cobra, como eu ando fazendo quando penso as vezes, quando venho pensando no ônibus, no quarto, na cozinha ou até mesmo na sala. Mas nesse exato momento o que se resta a fazer é derramar todo o sangue para que a ferida sare, para que se cure, para que suma e a pele volte a ser limpa, como se nada tivesse um dia tocado. O sol que nesse exato momento entra pela minha janela queima ainda mais essa ferida não cicatrizada, mas o que é um pouco de dor para quem esta todo ferido? A cada dia que passa me olhar no espelho e me ver refletida se torna cada vez mais confuso. Não sei se eu vejo uma cobra, um coelho dócil ou uma simples formiga frágil. A unica certeza que eu tenho quando me olho no espelho é que os meus olhos continuam cansados, e que mais uma vez, não dormirei bem. E que no dia seguinte eu verei a mesma coisa refletida no espelho: os mesmos olhos, a mesma boca, e o mesmo cabelo bagunçado. Mas saiba que a cada picada de cobra, a cada dia de sol entrando pela janela, a cada dia de formiga ou até mesmo de coelho, no dia seguinte verei mais uma vez os mesmos olhos cansados e o mesmo cabelo bagunçado e continuarei tentando dizer, tentando contar essa mesma história. E a cada dia que passa, menos sinto e menos falo. A cada dia que passa, peço mais silêncio na avenida dos que nunca falam.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Papel amassado não volta a ser igual.


Eu fui procurar maçãs no meio do caminho, mas a verdade é que só encontrei limoeiros nessas avenidas. Difícil de acreditar que eu achei limoeiros nessas avenidas, mas é a verdade. Vi até limoeiros em casa de pessoas, elas deviam ser bem amargas, pensei. Eu nesses tempos venho tentando segurar a respiração, para não sentir, porque eu só sinto tudo isso quando respiro. Se me ver segurando o nariz para não respirar, não fique pasmo, é a minha forma de aliviar a dor.
A verdade é que quando o amor acaba ele se reduz a três palavras, se reduz ao eu te amo automático, ou não se reduz a nada. O eu te amo automático é a pior parte delas.
O amor pode ser comparado a diversas coisas existentes no mundo, céu, estrela, beijo, carinho, tudo. Mas ele é comparado de acordo com a situação em que se vive. De acordo com o que seu coração pede. O meu é comparado bem assim:
"Amor é que nem papel, quanto mais amassa mais amassado fica. E depois de amassado, não volta a ser igual. E escrever em cima de um papel velho e amassado, é muito difícil. As vezes, quase impossível."
E isso realmente é verdade, fica difícil escrever entre os amassados do papel. Por isso que não se pode amassa-lo, deve cuidar dele se você quiser mantê-lo vivo por muito tempo. E qualquer cuidado é muito pequeno comparado a um frágil papel, porque qualquer movimento brusco causa um amasso e jamais voltará a ser igual.
Eu te observei por muito tempo, essa é a verdade. Eu quis por muito tempo, isso também é uma verdade. E hoje eu permaneço em qualquer lugar daí, seja no seu coração, na sua mente, na sua boca, nos seus olhos que guardaram com toda certeza o meu sorriso. Permaneço nas suas mãos, nos seus pés, na sua barriga, nas suas orelhas que por muitas vezes ouviu os meus desaforos. E você talvez permaneça em mim nesses lugares. Mas é que eu já pressentia que depois que um papel amassa, ele nunca voltará a ser igual. Você nunca soube disso, nunca soube que papéis amassados permanece amassado, sempre pensou que com suas mãos poderia fazer com que tudo desse certo e que voltasse a ser como era antes. Mas não tem como, te digo isso meu amigo. E eu respiro e sinto e dói e continua doendo. Mas eu não derrubei nenhuma lágrima até aqui, nenhuma lágrima depois que o abraço foi desatado, não chorei e nem hesitei levantar a bunda da cadeira. Continuo sendo a mesma. Não é porque não permito que me arranquem de mim mesma que deixarei de ser eu. Eu sempre serei eu e você sempre será você, sempre será a pessoa que achará que o papel pode voltar a ser limpo, liso, bonito, gentil. Mas você nunca soube que eu, consegui guardar tantas maldades e tantos olhares mal olhados, como você também aguentou. Mas eu nunca resisti por muito tempo. Comecei a respirar de novo, voltou a doer, vou lá tentar meditar para conseguir segurar mais tempo a respiração, deixo pra ti todo o sol bonito da manhã, deixo pra ti o meu melhor sorriso e o meu papel mais limpo.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Minha cidade cinza.


Ninguém nunca soube o que tinha atrás daquela franja que cobria praticamente toda a cara dela. Ninguém nunca soube o que tinha dentro daquele pequeno apartamento onde vivia - se é que poderia ser chamado de apartamento. Ela vivia sozinha. E apesar da pouca idade, aparentava ter muito mais. Aparentava ser duas vezes mais velha do que realmente era. Mas eu sempre a observei com um ar de curioso, sempre fui curioso perante a ela, sempre a observei chegar do mercado com as compras na mão, sempre a observei chegar do trabalho com uma cara um tanto triste. Deveria trabalhar em algo que não gosta, pensava eu. Ela sempre foi esse tipo de pessoa que todo mundo acha que não passa de uma estranha, quieta e anti-social. Mas eu nunca achei isso dela, ela tinha um brilho no olhos tão diferentes e parecia ser bem sozinha. Apesar de que naquele apartamento se coubesse dois, era muito. Confesso que já cheguei a seguir ela, fui atrás dela pelo bosque da cidade, porque as vezes ela sentava em frente ao lago e lia coisas tão desinteressantes quanto ela. Mas pra mim, tudo que se dizia a respeito dela era interessante, tanto que a segui. Eu sei que eu posso parecer um louco falando assim de uma pessoa que eu mal conheço. Eu sei que eu não sou grande coisa com esse meu terno marrom de segunda mão, quem visse saberia que eu comprei no brecho do centro da cidade. Mas é que ela, ela era diferente de mim. Diferente de tudo que eu já vira, ela tinha um ar de superior a toda solidão existente no mundo. Parecia nem ligar para quem entrava ou saia da sua vida. Como eu sempre pintei a vida. Desejei naquele momento pintar ela, ela realmente era a vida, uma vida sem muita cor, mas uma vida. Pintei ela em uma pequena tela, pintei sua franja que cobria metade da cara, pintei aqueles panos que a encobria como roupa, pintei os seus olhos castanhos claros profundos e cheio de luzes. E a pintei dentro daquele apartamento, dava pra ver um pedaço dele da minha casa, desenhei o que vi. Pintei as panelas empenduradas por um prego na parede, pintei a sua pia que as gavetas haviam sido arrancadas, ou deveriam ter caído de tão velhas, pintei as colheres que ficava dentro de um pote verde e pintei suas roupas que ficava estendida na área. Se bem que, não havia muitas roupas para serem estendidas. Eu realmente nunca consegui entender quando a vi jogando as colheres de dentro do pote verde no chão, ela havia tirado pela primeira vez a franja do meio da cara, mostrando um enorme corte do lado do rosto, perto dos olhos. E naquele instante eu realmente percebi o porque ela tinha aquela franja que cobria metade do seu rosto e que cobria os seus lindos olhos castanhos. E depois de toda aquela fúria dela a vi saindo do seu apartamento com suas poucas malas, não sabia o porque que ela ia e nem para onde ia. Foi então que vi pela ultima vez a sua sombra virar a esquina. Naquele momento eu sabia que ela jamais voltaria, sabia que nunca mais veria sua franja e nem as suas roupas velhas. Eu não sabia o porque mas eu havia ficado triste, e naquela noite eu não consegui dormir, as lágrimas tomavam conta do meu rosto, descendo do meu rosto e molhando o meu terno velho. Por algum motivo mais forte que eu, não conseguia parar. Foi quando vi o dia nascer vindo com o por-do-sol mostrando claramente aquela cidade cinza. E pensei, eu e ela nunca nos conhecemos, tão distantes e tão diferentes, chorei pela primeira vez, e por quem eu nunca conheci.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Perfeitamente imperfeito.


Olho com os olhos meios distantes para o quadro com os nossos rostos pintados, tentando encontrar o que faz os meus olhos realmente encontrarem os seus, porque nesse tempo de solidão, nesse tempo de guerra eu venho sendo muito a minha amiga. Eu até escrevi uma carta para mim mesma dizendo o quanto estou feliz por me ter, e essa foi uma das coisas mais lindas que eu já fizera por mim, essa coisa como, amar-a-você-mesmo. Essa coisa como se tocar.
Mas eu nunca confessei que eu sinto falta do seu coberto azul, nunca te disse o quanto sinto a falta da sua cor preferia. Porque desde que não te vejo nos trem da vida, desde que não te vejo caminhar por ai como quem perdeu dinheiro na calçada, tão perdido, desde que não te vejo sorrir, eu nunca mais vi a cor vermelha. Eu poderia dar a cada parte do seu corpo uma cor diferente do arco-iris. Eu daria aos seus olhos a cor verde, verde como um lago limpo, puro, lindo, algo que dê ver dá vontade de mergulhar e se afundar. E é isso que eu sinto. Eu daria ao seu sorriso a cor vermelha, porque os seus lábios são vermelhos. Eu daria as suas mãos a cor azul, sabe, eu sempre gostei de azul e sempre gostei das suas mãos, então pra mim, eles são perfeitamente perfeitos um para o outro. Sei que teve um tempo em que eu andei muito perdida por esses trem da vida, sei que eu andava perdida pela chuva, pelos becos dessas ruas, mas eu te encontrei, você me encontrou. E desses tempos em que eu andei tão perdida, eu me lembro muito bem, porque você também andou perdido, você também andou distante como eu também andei, esse tempo foi quando eu não e conhecia, foi quando eu não sabia exatamente o que era mergulhar. Foi numa manhã qualquer que eu soube que já não tinha mais como sair do que eu achava que nunca tinha entrado, foi numa dessas manhãs em que eu fumei demais até cansar os pulmões, foi numa dessas manhãs vazias que eu percebi que não poderia sair do que estava começando a acreditar. Somos perfeitamente imperfeitos um para o outro, foi a ultima coisa que eu falei, fechei os olhos e dormir. O mundo dos sonhos deve ser bem melhor que aqui, pensei.

domingo, 26 de setembro de 2010

Uma pedra parada no caminho.


Você esta ai parado esperando qualquer gesto meu, mesmo que seja um gesto duro, quase intocável, quase mal o suficiente para nos fazer parar aqui. Mas você espera como uma planta que criou raízes, espera porque acha que isso tudo dará mais frutos do que já deu, você quer detetizar e deixar essas flores limpas de pragas, mas você nunca soube e nunca saberá que elas voltam, elas voltam e de novo elas terão que ser detetizadas e tem que ter vontade, tem que ter força, tem que estar limpo por dentro para deixar as flores limpas como nunca. Eu tentei te afastar por outras vezes do meu pensamento, eu confesso que tentei pensar coisas horríveis de você para que você parasse de tomar conta do meu pensamento e principalmente do que eu sinto, eu nunca esperei coisas desse tipo de você, essa coisa como, respeito e carinho e admiração e desejo e paixão e principalmente amor. Eu sempre esperei de você coisas pequenas como o nada, nunca esperei essa coisa grande que me fez abrir todos os meus sentimentos mais lindo para você, nunca esperei isso tudo só de uma pessoa. Eu sei que você precisa ir como eu preciso ir, sei que você não pode ficar por muito tempo, sempre soube que não ficaria por muito tempo, como você sabia também, mas nunca percebemos porque todo esse sentimento tinha se transformado em amor, esse amor que me fez te abrigar dentro de mim, dentro desse corpo que não cabe nem eu mesma. Eu sei que você esta mal e que eu também estou. Mas você já parou pra pensar quem eu sou? Eu nunca disse que era perfeita, nunca disse que gostava de mudanças, sabe, até mudanças pequenas me irritam, eu não mudo nem uma colher de lugar para não ter que me acostumar com ela de novo, nunca nem quis mudar a nossa rotina ou você mesmo, sempre quis isso como sempre esteve. Mas saiba que eu acredito em você e nas suas mudanças, mas eu não sei se consigo me adaptar a elas. Penso que, se você me ama, amaria também os meus dedos dos pés, mas você sempre me disse que odiava pés, sempre me disse que tinha asco até de chegar perto. Eu amo os teus dedos dos pés, eles são perfeitos comparado a de outros homens que eu já conhecera. Eu amo também a sua risada escandalosa, mas eu não sei se você ama o meu jeito irritante. Você esta partindo, esta escapando pelas minhas próprias mãos, algo que eu sempre jurei que nunca aconteceria. Eu preciso te dizer tantas coisas antes que nunca mais eu veja o seu sorriso escandaloso e os seus dedos dos pés, preciso dizer absurdos, preciso falar sobre o quanto eu sou feliz por te ver e por ter me acompanhado durante esses tempos, porque se você não tivesse me encontrado nesses becos dessa pequena cidade, eu teria encontrado você, eu teria escutado sua risada escandalosa, teria escutado você chegar do outro lado da cidade. Eu só precisava que você me ligasse durante a tarde atrapalhando qualquer pensamento meu, só precisava me sentir a vontade com qualquer mudança ocorrida nesses tempos, só precisava que você me fizesse me sentir totalmente segura com as suas palavras de que tudo dará certo. Eu não quero me afundar em um mar de lágrimas salgadas, ouvi dizer que sal é ruim para o cabelo, e eu nunca quis estar feia ao te ver, sempre os penteei com o maior cuidado possível quando fosse te ver, não quero que minhas lágrimas o estraguem. As lágrimas também borra a maquiagem, eu sei que você sempre gostou de me ver com a cara limpa, me provou isso quando me viu acordar, quando me viu abrir os olhos, quando me viu esfrega-los logo cedo, quando viu eu me forçando a abrir por causa das remelas, quando me viu dessa forma toda desformada e ainda sim disse que ficaria até o fim ali, que era aquilo o que você precisava. Te sentia acordar no meio da noite para me ver dormir, te sentia me dando um beijo de boa noite, sentia você passando a mão nos meus cabelos, sentia o seu pensamento dizendo que eu era tudo aquilo que tanto procurou nos barcos alheios, senti que você sentia que me queria, senti a sua respiração ofegante na minha nuca, senti você me apertando contra o seu peito e desejando que aquilo nunca acabasse como eu também queria que aquilo fosse eterno. E em frente ao mar, eu te pedi que fosse meu eternamente e você disse que nós dois seriamos felizes eternamente, em frente ao mar eu disse que cada gota de agua existente ali não era nada comparado ao sentimento que você criou dentro de mim, e eu ainda acho que aquilo era verdade, e que é verdade, e acharei isso por muito tempo, até que eu perceba que nunca acharei mais ninguém tão profundo, já sabendo que não encontrarei. Sabe, você as vezes me dói, me dói demais, demais e demais. Era isso que eu vinha tentando te dizer pelas beiradas, era isso que eu vim tentando te alertar, era isso que eu vinha tentando te avisar e alertar grosseiramente. Mas eu sei também que eu te machuco. E eu sei que esta esperando ainda o meu gesto duro, sei ainda que tu criou raízes, como eu também criei. Ai meu deus, como isso veio acontecer? Era a única resposta que eu queria agora, era a única coisa que eu queria descobrir. Essa cidade e eu, ficamos tão vazios sem você. Como uma pedra parada no caminho, nós dois não nos movemos, e tão pouco sabemos quem irá movimenta-la.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Minhas sombras azuis.


Em um dia frio e chuvoso, eu estava como sempre, deitada debaixo do meu coberto azul e branco, estava com uma garrafa de bebida que tinha acabado a pouco tempo ao lado. Estava com um monte de revistas espalhadas no chão, foi quando avistei uma agenda, vi que tinha arrancado uma página dela e que tinha também riscado um nome que não me lembrava qual era, a bebida tinha me feito esquecer a memória, parecia. Do meu lado um maço de cigarros que tinha acabado a pouco tempo, cheio de bitucas de cigarros pelo quarto, via quem quisesse ver, quem quisesse andar pelo meu quarto teria que arrastar bitucas de cigarros que poderiam sujar os sapatos, teriam que arrastar garrafas de bebidas velhas, teriam que arrastar jornais rasgados, teriam que arrastar revistas jogadas pela casa e teria que arrastar a agenda com a folha riscada que eu não me lembrava o nome que eu tinha riscado. Tomei coragem e levantei da cama, andei um pouco e dei de cara um um enorme espelho no banheiro, ele estava limpo, era a única coisa na casa limpa, pensei. Com as pontas dos dedos eu toquei o meu reflexo do meu rosto refletido naquele espelho, não gostei do que vira, não sabia te dizer quando o meu cabelo tinha visto pela ultima vez um pente, não sabia quando tinha sido a ultima vez em que ousei passar um pó na cara, nem sequer uma sombra, uma daquelas azuis de balada que você chega e já toma atenção de quem quiser ver, não sabia nem quando tinha sido a ultima vez em que passara um perfume sem ser barato, desses de camelo de feirinha de domingo. Andei mais um pouco e vi jogado pela casa, sapatos, vários sapatos, altos, baixos, bonitos, feios, eles que eu nem sabia quando tinha sido a ultima vez em que eu ousara usar, eles que eu nem me lembrava que existia, pensei comigo mesma que, deveria ter ficado naquele quarto trancada um bom tempo, com as bebidas, revistas, cigarros e com a agenda com a folha rasgada que eu não conseguia me lembrar quem era a pessoa que eu riscara o nome. Deveria fazer um bom tempo em que estava ali, sozinha, feia, nojenta, parada, chata e feia feia feia. Não sabia nem como tinha sobrevido naquele chiqueiro, naquele chiqueiro que eu ouso chamar de quarto. Voltei para lá, para ver o que havia dentro daquele guarda roupa branco, ao olhar lá dentro vi que eu tinha belíssimas roupas que eu não sabia quando tinha sido a ultima vez que usei, peguei as melhores que tinha lá dentro, peguei a melhor lingerie, a mais sedutora, a mais vagabunda, a que não era eu por um bom tempo, porque estava trancada naquele quarto. Tomei um banho, coloquei o meu lindo vestido prata apertado contra o corpo, ele que deixava a minha bunda maior do que realmente era, que ressaltava os meus seios deixando eles maiores do que realmente eram também. Peguei as minhas maquiagens e passei o azul, aquele azul que quando você chega nos lugares as pessoas vê que você realmente chegou, e em instantes, vi que eu era uma outra pessoa, nem parecia que eu tinha ficado durante tempos naquele quarto com aquelas revistas, garrafas de bebidas, cigarros e com a agenda com a folha no chão que eu não sabia quem era a pessoa do nome riscado. Coloquei o meu melhor sapato, peguei a minha melhor bolsa e, nela eu coloquei os meus melhores cigarros, coloquei um batom para poder retocar a maquiagem para onde eu ousasse ir estivesse linda como saira de casa, coloquei dinheiro para um taxi e uma boa bebida, me olhei no espelho antes de sair e vi que estava diferente do que eu costumava ser antes das bebidas e durante as bebidas, eu estava parecendo uma puta, daquelas de bordeis nojentos e sujos, daquelas de bordeis baratos, bordeis de esquinas, mas eu gostei do que vi, até sorri ao olhar no espelho, tirei o pouquinho de batom que restava no dente e fui. Ao sair eu vi que chovia muito, peguei um guarda chuva para ir até o taxi, no caminho até lá, um cara dentro de um carro velho parou do meu lado, ele deveria achar que eu era uma puta, daquelas de bordeis velhos e sujos, mas eu não o culpava por pensar aquilo, eu parecia mesmo uma daquelas putas. Entrei no carro, queria ver o que aquela mulher que estava trancada dentro do quarto com a única companhia que era a bebida, o cigarro, a agenda com a folha riscada no chão, poderia fazer. No meio do caminho não falamos nada, acendi um cigarro e puxei um assunto:

- Você me convida para entrar no seu carro e nem ousa dizer o seu nome?

Ele riu, vi que tinha um bonito sorriso largo.

- Me chamo Marcos e você?

- Me chamo Teresa.

Vi que quando acabei de dizer o meu nome, chegamos a um daqueles bordéis sujos, nojentos e sujos e nojentos e sujos. Vi que eu realmente estava parecendo uma daqueles mulheres que tinha pensado ao me olhar no espelho. Ele pegou um quarto, parecia até que conhecia muito bem aquele lugar, deveria já ter ido lá com outras mulheres que pareciam também mulheres de bordéis sujos. Entrando no quarto ele me jogou em cima da cama agressivamente, me mandando tirar a roupa. Ele tirou as suas roupas com rapidez e até me ajudou a tirar os sapatos, porque estava demorando, tinha perdido o habito de colocar aquela fivela e de tirar também, estava em momento de adaptação ao sapato. Ele jogou as minhas roupas no chão e deitou sobre mim, quando deitara naquela cama conseguia sentir o cheiro do gozo da ultima transa, deveria ter vários gozos misturados, várias pessoas que conseguiram pensar em um orgasmo naquele lugar nojento e sujo. Ele veio por trás, e continuava me penetrando, continuava , continuava e continuava. Conseguia sentir o seu suor sujo, seu suor de porco velho e nojento em cima de mim, conseguia sentir os seus pelos grossos em cima da minha pele, e ele continuava me penetrando e me chamando de vadia, putinha, vagabunda, cachorra, e continuava. Quando ele terminou de se satisfazer, colocou as roupas e jogou o dinheiro sobre a cama, foi quando o vi indo embora por aquela porta, me vesti e peguntei a dona do lugar onde havia o primeiro ponto de táxi perto. Quando estava indo, vi uma rosa vermelha no caminho, disse que a rosa era eu, pois era vermelha, cor da paixão, cor do desejo e ilusão, ela era eu, eu era ela. Entrei no taxi e decidi que começaria a usar mais sombras azuis e que fumaria mais quando esses dias se repetisse, decidi que ia descobrir quem era a pessoa que eu riscara o nome na folha da agenda, jogada no chão.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Parabéns pra mim.


Eu poderia muito bem ter arregaçado as mangas e ter aberto todas as janelas daquele pequeno apartamento. Poderia ter me trocado e ter ido embora na primeira oportunidade que eu tive. Mas eu escolhi vestir a roupa mais confortável que eu tinha, liguei a televisão e esperei as dores passar.
Estava cansada, em dias nada bons, com uma tpm desgraçada e uma dor de cotovelo imensa. Estava - estou - cansada. Preciso de pensamentos positivos, esses pequenos pensamentos que podem até serem mandados mentalmente. Por andar sendo muito inconsequente como a chuva que caí lá fora, por andar sendo tão desgovernada como um carro prestes a bater em uma árvore.. É por isso que eu sofro. Eu abro as minhas cortinas cor de salmão todos os dias para ver se alguma coisa lá fora mudou além das estações, mas tudo é tão vago, tão monótono, tão parado, o tempo pra mim parou a partir do momento em que me vi completamente só. Preciso de algo que me mantenha em pé, preciso de uma corda que me segure no lugar, estou andando tão fora de mim por me sentir tão só, maria. E como uma sala de hospital onde as pessoas esperam para ouvir a má notícia, eu também espero. Estou como uma sala de estar vazia, bem vazia, sem nada para encher. Eu poderia muito bem ter desistido disso tudo e ter ido embora para longe daqui, onde nem o céu seja inalcançável, onde nada seja o limite. Mas eu não posso chorar, estou seca por dentro e por fora, não tem mais lágrimas para serem derramadas. Ninguém pode me ouvir, muito menos você. E com esse copo de vinho na mão, eu comemoro mais um aniversário. Parabéns pra mim, ou quem sabe... Um NÃO parabéns pra mim!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Ps: Eu te amo.


Sente-se aqui. Conversaremos sobre o que vem nos fazendo ficarmos juntos durante esse pequeno tempo. Você esta vendo o céu doce menina? Consegue ver as estrelas descrevendo o nosso amor? Olha, no meio dessa praça eu te pergunto: "- Fomos feitos um pro outro? Como o Sol foi feito pra Lua?" As pessoas estão de prova que o que eu mais necessito agora é de você exatamente aqui, exatamente ai onde você está. Você esta sentada atrás de mim, estamos de costas um para o outro, você agora esta tendo o seu momento e eu estou te esperando mais uma vez por uma pequena resposta. Em cima desse banco esta o que nós acabamos de começar, em cima desse banco está nós dois, bem ali, ali em cima. Olha, eu vou te contar sobre as minhas dores quando eu estiver feliz. E quando eu estiver triste, te contarei as minhas felicidades. Vamos embora, nesse banco já deu muita história. E mais uma vez, aqui nesse terminal, olhando nos seus olhos eu te peço mais uma vez: “Seja minha, minha menina?”. E sempre terminamos mais uma vez, com um tentando olhar o outro firme, com um tentando mostrar por pequenos gestos como fomos feitos um para o outro. E nós vamos para um incrivel final de Agosto e um ótimo começo de primavera, porque nesse mês nós fomos remando e remando.. Até chegar nesse dia. Ps: Eu te amo!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Tantas coisas.


Tenho medo de tudo que ousa a ser e não é. Tenho medo de toda realidade inventada, de toda felicidade exagerada, de todos as lagrimas derramadas, de todas as brigas que estão prontas a serem explodidas. Tenho medo de toda a beleza misteriosa, de toda vontade louca e também, de todo desejo insano. Reviro cartas guardadas dentro do armário, reviro o meu passado escondido dentro de uma caixa de sapato. Reviro tudo que poderia ser, contos histórias que eu queria viver, minto para sobreviver. Escute a musica que fala sobre o meu coração, será que pode ser fácil viver nesse mundão? Tantas coisas abandonadas, tantos caminhos revirados como essa caixa de sapato. Tantas coisas que eu eu tenho mas que poderia ser, tantas coisas bonitas que eu queria reviver. Beleza é tudo que eu quero ser e sou. Beleza é tudo isso que ousa ser e é, beleza é ser quem você realmente quer, sem medo do que possa acontecer. Beleza é isso tudo, beleza sou eu, beleza é você. E assim, indiretamente te conto o que acho bonito, bem assim, te conto isso tudo rindo.

Meu amigo.


Poderia contar a você histórias mirabolantes e assustadoras, poderia falar sobre os medos de ser uma menina. Poderia me esconder por simplesmente sentir. Mas eu te escrevo. Escrevo porque sinto falta de você. Escrevo porque cabe a mim que nós dois ainda temos esse direito. Escrevo por ser o meu melhor amigo que me trás os melhores sentimentos. Seria um erro meu se apaixonar por alguém que sempre me acolheu? Te escrevo por não ter coragem de dizer tudo que eu tanto quis. Você sabe os meus pontos fracos, eu te conto os meus medos, você descobre as minhas fraquezas, você me dá a mão quando isso tudo acontece. E assim me protege, me aperta, me beija e diz que esta tudo bem. Te conto as minhas piores intimidades, rimos de todas bobagens. E eu aqui, sem você imaginar que eu fui feita pra te amar. Sem saber que amor de amigo pra mim não existe, que eu quero muito mais. Onde não cabe em uma carta qualquer, onde não cabe nem em um coração pequeno demais pra tanto sentimento. Te escrevo meu amigo, porque te quero bem meu bem.

Estações.


Minhas emoções estão estampadas nesse papel de parece com flores muchas. Eu estou gritando, gritando bem alto. Estou gritando com toda a força que eu tenho, estou pedindo para ser livre. Me deixe partir é o que eu sempre pedi. Não é certo uma pequena menina viver amarrada pelas mãos e os pés em um pequeno quarto mofado, eu te escolhi pra ficar comigo nesse quarto de hotel, mas pelo visto eu não fui a sua escolhida. Solte-me. Deixe-me ir. Depois te contarei as dores de ter escolhido você pra ser o meu par. Naquele parque onde as flores eram verdes, naquele dia onde todo o céu era azul, na época do ano em que o frio vinha, estações nasceram fora da sua época . Sentimentos maravilhosos brotaram. Onde tudo é verde, onde tudo é azul, onde tudo é frio, acontece tudo que você não espera. Onde tudo é feito de rosas, onde tudo é você...

domingo, 15 de agosto de 2010

Rosas.


E o que dizer sobre as rosas vermelhas no meio desse grande caminho obscuro? O que dizer sobre o sol no fim da trilha desse caminho? Pensaremos que estamos perdidos sem ao menos tentar olhar o lado bonito e agradável de cada coisa, até o lado bonito das nossas monotonias cotidianas.

Apresento ao mundo minha amiga.

Essa é mais uma das suas histórias melodramáticas, essa é mais uma das suas histórias com um ponto final. Essa é mais uma das suas histórias onde a vírgula acaba e o ponto final vem. Medrosa. Isso mesmo, esconde a sua cara depois de ter se sujado na lama. Medrosa. Se esconde quando acha que tudo esta dando errado. Cansada. Sempre espera que os outros façam tudo por você. Mostra o rosto menina, lave a tua cara, mostre a dor de quem você é. Mostre a verdade de ser você ao mundo. Vive caindo em cima das suas contradições, vive tropeçando no meio do caminho, nunca acha a saída. Você é fraca por dentro mas se mostra forte ao mundo. Segura o choro quando a lágrima começa a cambalear, ergue a cabeça quando tem que abaixar. Se rói por dentro ao perceber que você é fraca. A culpa não é sua de ter medo do escuro, a culpa não é sua de não ter quem segurar a sua mão, a culpa não é sua por ter medo das verdades. Acredita no pra sempre, no seu vocabulário não existe a palavra nunca, sonha com tantas fantasias. Precisa inventar a realidade para que não sofra com verdades. Com uma mochila nas costas ela tenta encontrar toda fantasia, com um par de asas quebradas ela tenta voar. Talvez ela seja sensível, talvez ela seja ela. Ela apenas se comove, ela é assim.

sábado, 14 de agosto de 2010

Cansado.


Estava com uma vontade de vencer algo que nem conhecia, mas não conhecendo o que queria derrotar ele não poderia ganhar. Procurava os meios mais fáceis de se encontrar mesmo estando perdido, tinha preguiça da sua monotonia diária. Escrevia para alguém que nem conhecia, escrevia para as estrelas porque não conseguia suportar ele mesmo. Estava cansado daquele corpo suado, estava cansado de si. Ficava trancado em um pequeno apartamento, apertado e sem nada ao redor. Ficava quieto e reclamando de si mesmo. Queria fazer algo para poder finalmente conhecer suas próprias asas, ficava ali, imóvel, intacto e cansado. Caminhava, caminhava e parava. Estava até cansado para prosseguir. Não derrotava a si mesmo por isso resolveu fugir, e assim foi. Trágico, trágico. Covardes fogem, fortes lutam. Trágico, trágico. Covardes desistem, fortes continuam. Eles esperam na sala de um hospital vazia, fortes esperam mesmo ao saber a notícia de que “você não tem mais jeito”. Somo fortes, somos fracos.

Duas caras.

As palavras estavam ponto a serem cuspidas, ao olhar pro lado eu vi que fui alvo de uma grande artilharia, e das pesadas ein. Meus ouvidos serviram para ouvir o sermão entalado a tempos, palavras foram cuspidas que nem uma rajada de vento, pouco se importavam para o lado, para o redor, para o que estava dentro. Era tão pouca a situação. Passava as mãos nos cabelos e pedia para que fosse mentira as palavras mal-faladas, pedia para que realmente a máscara de quem nunca esperaria cair não fosse verdade. Ah! Ouvi por ultimo o silêncio, a lágrima querendo cair ao ouvir, as pernas bambearam ao ver, o coração tremeu ao cair. A ultima coisa que ouvi foi o caminhar e o fechar da porta. Somos inseparáveis friend, somos eternas amigas.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Dois em um.


Algumas pessoas podem até dizer que algo desse tipo não existe. Mas pra eles o que importava realmente é que os dois acreditava no que as pessoas não acreditava. Isso os satisfaziam. Tudo que vem para cativar, cativa. Pois veio para cativar. Tudo que vem para ficar, fica. Pois veio para ficar. Pensava ela assim quando sentia o calor daquele corpo suado em cima do seu corpo, pensava no prazer que sentia por ter sido tocada por aquelas mãos, mas quando paravam, se enrolava no corpo dele em um abraço de corpos nus, pensava no amor quando isso acontecia. Só pensava nele. Ficavam assim por horas, ficavam deitava um sobre o outro com o desejo e o amor correndo na veia a mil por hora. Um beijo estralado interrompia o silêncio, um olhar querendo dizer sentimentos inacreditáveis interrompia o silêncio. Não falavam nada mas queriam dizer coisas que nenhuma palavra conseguiria falar o que era desejado. Um toque. Outro toque. Um beijo. Outro beijo. Isso que era dito. O mundo lá fora continuava, mas lá dentro dele e dela nada poderia atrapalhar, nem mesmo o tempo.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Talvez


Eu tenho medo que se afunde em tudo que tanto quis, tenho medo que se afunde nas suas conquistas e esqueça das que te conquistaram. Pessoas assim podem deixar outras pessoas inseguras. Na verdade, as pessoas em si são inseguras. Talvez eu que seja tão frágil, vai ver eu que tenho sentimentos demais. Olha, eu choro. Olha aqui, estou rindo. Olha só, estou chorando de novo. Eu só preciso de um lenço que enxugue lágrimas velhas, eu só preciso de um abraço no final do dia que conserte todos os problemas. Eu só preciso de um olhar que preencha o dia. Eu só preciso de um eu te amo bonito na segunda-feira para me deixar o resto da semana feliz. Por mais que diga eu te amo para alguma pessoa todos os dias com verdades, terá dias que eles serão muito mais verdadeiros. Terá dias que ele sairá da sua boca sem ao menos você pensar em falar, falará porque já sabes que ama, falará porque já sente que ama, falará porque o amor esta em você. Como que um ser humano pode se tornar mal no decorrer da vida tendo um sentimento muito mais bonito que o ódio? Como nós seres humanos temos a capacidade de fazer mal aos outros? Eu posso lhe responder essa pergunta, como todos vocês também. Talvez seja do instinto do homem cometer atrocidades, talvez seja dele mesmo ter um pouco de maldade e egoísmo. Eu só peço que reguem o amor em todo mundo, que ele crie raiz, que ele fique grande e forte que nem uma árvore sólida. Para que todos tenham no que acreditar quando mais nada cabe a você.

domingo, 1 de agosto de 2010

Agosto.


Difícil é atravessar Agosto com todos os acontecimentos de Julho. Difícil é passar por ele sem querer deixar pistas de que ele te magoou, difícil é querer passar de fininho por este mês perigoso. É onde tudo acontece, é onde os milagres surgem, onde Deuses para te proteger reaparecem.
Passará por todos os dias do calendário com medo de não aguentar. Se apegue em algo bom para te manter firme. porque daqui a pouco quando Agosto sumir, Setembro reaparecerá das trevas. Trazendo alguns pequenos sorrisos e algumas grandes mágoas. Corações partidos e silêncios quebrados, curtiremos então esses dois meses repletos de sensação. Coberto pelas nuvens e com uma pitada de frio, ele vem te mostrar o que é belo. Abra as janelas, Agosto chegou!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Foto antiga - Textos antigos.


Não há desejo que não possa ser penetrado. Não há mentira que não possa ser descoberta em um mundo civilizado. A vida é um baile de máscaras onde todo mundo esconde seu caráter com medo de demonstrar quem realmente é. E os que revelam, revelam escondendo a verdade!

Escrito no dia 18.02.09

Se eu pudesse ler sua mente que histórias você me contaria? E se você pudesse ler meus pensamentos, o que leria? Eu contaria para você sobre um fantasma na sua cela obscura, um fantasma preso com corrente nos pés. Eu te prometo que não vou deixar você ler esse livro de novo, mas se você conseguisse ler nas entrelinhas saberia que só estou tentando entender sentimentos que não consigo achar a cura. No final da nossa história, ou da minha história, eu seria a heroína!

Escrito no dia 28.02.09

Quando a gente cresce, começa a perceber o que realmente tem de trás de todas as coisas. Ás vezes o que vamos descobrir, vai nos machucar, mas isso é um fato, uma decepção, isso é destino. Ás vezes o que descobrimos é melhor do que imaginávamos, é o que você mais queria. O destino é tão confuso, ele é tão lento, e surpreendente. É bom você errar ás vezes, mesmo que o erro seja muito forte. Isso vai te fortalecer, e vai ajudar você a não cometer de novo o mesmo erro. Quando as pessoas têm uma decepção, elas tentam encontrar o meio mais fácil de sair delas, mas ás vezes o melhor caminho é errar de novo. Parece que quando nós vivemos uma decepção temos medo de tentar de novo, com medo de errar mais uma vez, e se arrepender. O que adianta viver e não se machucar? Viver e não cair? A vida é isso, caindo e levantado, mas quando se levantar, levante com muita fé e força para uma próxima rodada!

Escrito no dia 15.01.09

Felicidade não se conquista, ela vive dentro de você. Liberdade é algo pelo qual muitas pessoas desejam. Amor é um bem que poucas pessoas conhecem de verdade, e sentem. Viver é a coisa mais rara do mundo, porque você tem uma data determinada para ir. Igualdade é algo que "nunca" vamos ter, porque ninguém luta por isso. As pessoas nunca tentam mudar para conseguir algo melhor, elas são acomodadas com a mesma miséria de sempre. E ver isso me faz querer ser bem melhor, me faz querer ser forte!

Escrito no dia 09.12.08

Não digo que a culpa seja dos outros, tomei decisões que me arrependo. Mas eu sei e sinto aqui dentro que eu vou conseguir! As pessoas esquecem o que são emoções, mas eu sei o que elas são e o que significam, guardo cada uma com carinho. É por isso que sempre digo: É mais fácil se apegar do que amar. O que me fortalece é pensar que ainda vão dizer: “Você pegou o mundo garota, e agora, ele é seu”. Pensar nisso me torna mais forte para o que pode vir. E você pode ver isso no meu sorriso.

Escrito no dia 08.12.08


Uma carta a um amor. (DOIS)


Querida Cristina,

Fiquei esperando por você no dia em que cheguei aqui, não acreditava em tal noticia. Fiquei esperando você quando ia dormir, quando acordava, na metade do dia. E esperei por você principalmente no dia do nosso casamento. Estava eu lá, sozinho na igreja esperando que você aparecesse vestida de noiva. Fiquei esperando por você na nossa lua-de-mel, para sentir o seu cheiro, para te ter em meus braços finalmente como esposa.

Você nunca soube que as minhas conquistas são suas conquistas? Suas depressões nunca me assustaram, sabia que poderia sair de todas elas ilesa pelo fato de você ser tão forte como uma rocha. Pelo visto eu me enganei, você precisava mais de cuidados do que eu dera. Você é frágil, é pequena, é minha eterna menininha.

Saiba que mesmo você não estando aqui nos meus dias, eu te espero. Saiba que mesmo você não estando aqui em nenhum momento, eu te espero. Um dia todas as almas se encontram, um dia nós dois ficaremos juntos, e em um lugar bem melhor.
A cada palavra escrita eu derramo uma lágrima, a cada lágrima escrita um pedaço de mim se vai. Eu por um momento achei que não poderia continuar aqui, eu pensei em ir junto com o meu grande amor. Mas por você, só por você eu vou conseguir tudo o que tanto sonhou. Eu vou trazer a sua vontade de viver mesmo não podendo. Eu vou honrar teu nome até os meus últimos dias de vida.

Eu te escrevo porque eu te preciso, eu te escrevo em uma tentativa falha de você um dia ler essa carta. Mesmo eu sabendo que você nunca a lerá, eu te escrevo. Mesmo sabendo que você nunca voltará, eu te espero. Mesmo sabendo disso tudo, eu ainda te desejo. Te escrevo para aliviar meu sofrimento, te escrevo porque ainda sim te amo. Te escrevo porque acho que não poderia ter feito isso comigo. Te espero sempre.

Eu te amo minha doce menina.

Com amor,

Do seu e eterno, Rafael.

domingo, 25 de julho de 2010

Uma carta a um amor.


Querido Rafael,

Você esta longe nesse momento e eu estou aqui em mais uma das minhas depressões. Estou te escrevendo essa carta agora porque cabe a mim que nenhum de nós é descartável. Eu te preciso, tu me precisa. Não quero te preocupar com as minhas bobagens, você esta viajando e logo quando chegar vai querer me ver em cima daquele altar, né? Foi algo pelo qual nós dois sonhamos durantes esses 5 anos de namoro. Mas eu estou aqui, com uma caneta na mão, um café ao lado e ao som da nossa musica preferida, te escrevendo essa carta.
Tive que escrever antes dos meus 5 minutos de vida, tive que agradecer todo o amor que você me dera um dia. Tenho que agradecer aqueles dias de verão em frente ao mar. As vezes em que nós dois fizemos amor em frente a lareira, tenho que agradecer ao lindo pedido de casamento coberto pelas estrelas, pelos beijos calorosos e abraços apertados. Pelos carinhos dado e pela atenção que eu acho que até hoje eu não merecia.
Você me salvou, me ajudou em todos os momentos. Foi o meu melhor amigo – foi não, é meu melhor amigo – é o meu melhor acontecimento. Agradeço por tudo que me fez.
Não ache que pelo o que eu estou fazendo signifique que eu não te amo, pelo contrário, eu te amo mais do que a minha própria vida. E por este motivo estou cometendo esse ato. Eu não estou satisfeita comigo mesma. Eu tenho 24 anos e não consegui nada do que eu tanto queria, não consegui alcançar meus objetivos. Estou fazendo isso porque não estou mais me amando, não estou me sentindo legal o suficiente pra você. E me responde: - Como eu posso te amar se eu não me amo? Como posso ser boa o suficiente para você se eu não consigo fazer nem eu mesma feliz?
Sinto muito por tudo, eu te preciso sempre.

Com amor,

Da sua e eterna, Cristina.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Cantaremos.


Calma minha doce menina, cantarei lindas musicas para você dormir.
Quando ficar triste, cantarei para você sorrir.
Há razões para estarmos aqui
Há razões no coração para a gente permanecer aqui
Cantaremos musicas ao céu estrelado
Serei quando quiser o seu doce menino amado
Teremos nossas razões
Cantaremos nossas emoções
Dormiremos bem a noite com nossas ilusões.
Cantaremos musicas que fale sobre nossas paixões.

Meus dias


Algum dia alguém chegou em você para te dizer quem você realmente é? Alguém já abriu os seus olhos e te mostrou a real verdade das coisas? Te segurou a mão e não te deixou lambuzar a cara na areia movediça? Podemos esperar pessoas com tais atitudes, poderemos tê-las também. Quando chegamos ao ponto de não nos suportar e não fazer questão da amizade do outro a única coisa que se resta a fazer é dizer: Acabou. As marcas no teu corpo te mostrarão com os tipo de pessoa que teve que lidar, te mostrarão os dragões que teve que matar. Se acostumará com a ideia vaga de que pessoas vão entrar na sua vida e com a mesma facilidade que elas vão entrar, sairão também. Perceberá que a frase: “Pessoas verdadeiras permanecerão”, não vai caber na realidade em que se encontra. Pessoas verdadeiras e pessoas não verdadeiras vão sair da sua vida. Algumas pisarão no seu coração com um pé, e com o outro sairá. Encontrará amores envolventes que queimará teu coração por instantes. Mas sairá da sua vida com a mesma intensidade que entrou. A lei da vida é prosseguir. E cada um toma o seu caminho, cada um faz novas amizades. Cada um depara no meio do caminho com o seu mais novo eu. Eu deparei com o meu, deparo com eles todos os dias, dou de cara com o meu eu quando vou na padaria. Falo com ele nos banhos demorados, converso com ele quando canto. Encontro nas noites quando vou dormir. Eu deparo com a minha querida amiga que a chamo de: Solidão.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Generalização


Será que algum dia as pessoas vão sentar na mesa e conversar sobre a banalização generalizada sem conseguir citar nomes? Conseguiremos aceitar a realidade dos fatos sem querer debater, sem querer estarmos certos? Vamos chegar em uma conclusão das situações acontecidas no decorrer desse tempo. Vamos parar para pensar na população que esta cada vez mais decaindo em vez de progredir? Como nós iremos para frente com uma população que pensa pequeno? Não pensamos na vida o suficiente para tornarmos ela bonita. Estamos banalizando tudo que poderia ou não ser bonito. As pessoas conseguem chegar ao ponto de podermos rir da cara delas por serem tão "comuns". Essa forma de dizer que elas são comuns não tem o real significado, porque hoje em dia ser comum é justamente fazer o que os outros fazem. Agrediremos o que acreditamos, pisaremos nas nossas crenças, vamos desacreditar no que acreditávamos, seremos todos iguais. Seremos assim, ocos, vazios. Teremos amizades por futilidades, seremos amigos por pura época. E no final das contas, o que te resta?! Acreditávamos no que era verdadeiro, queríamos coisas como qualquer um. Éramos realmente verdadeiros. E agora, o que nós somos? O que te resta, querido? Sentaremos um dia e conversaremos sobre você, sobre a sua hipócrita adolescência. Sentiremos vergonha do que nós fomos um dia, esconderemos nossas caras e não mostraremos o que éramos. Teremos vergonha de falar que ao olhar no nosso rosto poderíamos ver tanta hipocrisia. Tudo isso para você ter o amigo da época. No final sobrará dedos ao contar quantas pessoas restaram com você. Esperamos esse grande dia.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Sirva-se.


“Sirva-se, o café ainda esta quente. Sirva-se com um pouco da verdade da manhã, sirva-se com a mentira do anoitecer, sirva-se com a doçura do final de tarde. Sirva-se com tudo que cabe no seu dia”

Bipolaridade.



Você aguentaria sentir a minha dor? Aqui, firme e forte? Então prove ela. Sinta, mergulhe nela. E tente sair depois como se nada tivesse acontecido. Gostar de arriscar nunca foi o meu forte, eu sou parada e monótona. Talvez você nunca conseguirá me conhecer, tenho personalidades múltiplas. Hoje eu estou bem e amanhã estarei mal. E assim vai indo, como uma cirando que vai rodando e rodando. Tenho preguiça de pessoas que não cometem erros, que não sangram, que não se batem. Tenho preguiça de pessoas certas e que não sentem dor. Tome a minha, pegue-a, devore ela como um canibal devora a carne alheia. Pessoas perfeitas me enojam, pessoas chatas me cansam. Mas mesmo assim, sou apaixonada por as suas quedas. Eu odeio tragadas de palavras, odeio olhares mal-ditos. Odeio pessoas que fingem sentir. Anda, dá a cara a tapa, mostre o seu rosto ao mundo, tire sua máscara menina ingênua. Sinta a minha dor, mergulhe nela, sinta a vida, ERRE! Tire o meu tédio, tire ele de mim. Mas por favor, faça o meu mundo virar de cabeça para o ar, faça eu sentir o céu, o mar, a chuva... Me dê o beliscão da vida, me acorde para o hoje e não me deixe dormir no amanhã. Me mostre a verdade de quem nunca viveu, me mostre quem eu sou de verdade. Me deixe cometer loucuras. Não sou bicho que vive em gaiola, sou humana. Me deixe dormir com as minhas incertezas, me acorde com beijos molhados de alegria. Venha as 7 da manhã quando a insonia não me deixa dormir. Seja a minha insonia, tire o meu sono. Seja o meu sonho, nunca o meu pesadelo, atravesse o meu caminho e me faça cantar. Me mostre o quão humilde a vida é. Me faça ter medo de perder. Eu sou tão pequena nesse mundão a fora, sou tão frágil perto desse mundo sem fim. E você é tão forte comparado a mim.. Me dê a tua força. Seja a minha fraqueza.




"Ficamos tristes. E tentamos nos resgatar firmes e fortes dela. Mas as vezes meu amigo, não tem como, a não ser que me tire a vida"

"Quando eu digo que é para terem medo de mim, digo sério. Você não sabe como eu tento não me afogar."

"Sinto-me pesada. Não estou aguentando minha alma. Estou pedindo ajuda, consegue me ouvir?"

terça-feira, 13 de julho de 2010

A árvore mais forte.


Andava ruas e ruas a procura de algo que realmente o satisfizesse, pensava sempre: “Que mal tem eu ser feliz, só por uma noite? Que mal tem encontrar a felicidade no fim dessas ruas tão geladas?”. Pensava sempre com tristezas nas coisas que vinha acontecendo na sua vida. Não queria mais dormir sozinho, inventava personagens que dormissem com ele uma noite pelo menos. Trocava de personagem a cada noite. Um dia era uma mulher um tanto quanto vulgar, no outro dia aparecia uma mulher de vestidos floridos com o rosto dócil e com um semblante delicado. No outro dia aparecia uma mulher um tanto quanto má. E assim eram suas noites, elas iam trocando de personagens para que Fernando não se sentisse só. De manhã se levantava e ia se olhar no espelho, era um homem bonito, um homem com os traços um tanto quanto fortes, tinha a pele branquinha, lábios carnudos e os olhos fortes. Cabelos escuros e corpo definido. Era um homem desejável, era uma pessoa de dar gosto de se ver por fora. Era infeliz – dizia sempre pra si mesmo. Não tinha encontrado ninguém que o completasse a ponto de deixa-lo feliz, não tinha alguém que não o deixasse sozinhos nas noites das semanas geladas. Não tinha motivo para ser realmente feliz. Pensava se existia algum certo de problema em matar a saudade que tinha no peito, ficava triste por não conseguir matar essa saudade agoniante que o agonizava todas as noites. Tinha saudade de algo que não conhecia. Fernando não aguentava tal pressão. No dia seguinte quem passasse na frente da sua casa veria um enorme jardim e em uma das árvores mais altas e fortes da casa de Fernando poderiam vê-lo pendurado por uma corda. Todos pensavam: “Era tão bonito o rapaz, era tão forte e tão infeliz”. Era o que Fernando pensava todos os dias até se suicidar. Mas quem quisesse olhar para o seu corpo poderia ver: Estava leve. E morreu sorrindo, e foi isso que tanto desejou.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

A serpente das noites de Julho.


Partia Junho e entrava Julho, deixando todos aqueles dias bonitos descoloridos. Ele entrava abrindo todas as portas, escancarando todas as janelas. Trazendo a liberdade e o descanso contigo ele cantava uma cantiga de ninar, tentava encontrar uma luz no fim do túnel cantando. Como um bebê a dormir, trazia a paz pro interior. Cantarolava uma musica qualquer, desde que seja feita pra dormir. O outono vinha e consigo trazia todos aqueles agasalho com a intenção de esquentá-los, trazia chá e café quente antes de dormir e quem sabe até uma lareira para poder esquentar mais ainda nos dias de frio. Julho parecia inofensivo, parecia uma boa época para poder se apaixonar. Em frente da lareira transar, sentir o prazer nos pêlos do corpo por uma penetração maravilhosa que pedirá tanto, era uma ótima estação para sentir o amor correr nas tuas veias quando beijam teus seios como nunca beijaram, parecia uma boa estação para fazer uma nova posição. Julio pensava sempre nisso. Desejava que Marcelo fizesse de teu Julho uma estação poderosa e cheia de amor, queria que ele o ensinasse o prazer, queria ser dominado pelos teus braços fortes e malhados. Como uma serpente que rasteja serena na luz da lua, julho cantava pra te enganar. Pensava que nessas épocas do ano era onde tudo realmente acontecia. Sentava sozinho em frente a sua lareira e cantava pra ele mesmo até dormir. Desejando ouvir ao pé do ouvido a voz calorosa de Marcelo. Tinha inventado em sua cabeça vários amores, várias sensações para não se sentir sozinho. Descobrirá que cantava para perder o medo de sentir o desejo. Marcelo - esse nome ficou na sua cabeça. Em todos os arredores via esse nome desenhado. E logo assimilava ele ao desejo, ao desejo de possuir a pessoa que se chamará Marcelo. Marcelo - esse nome ainda esta na cabeça. Marcelo serpente. Marcelo, a serpente do desejo das noites de Julho.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Minhas juras


Ouvi certas vezes algumas pessoas garantindo sentimentos de outras na minha frente, elas garantiam que tal pessoa a amava. Ela jurava, ela acreditava naquilo mesmo sem saber, sem tocar. Como ela sabia que não servia de tapa buraco? Como ela sabia que não servia de cimento para aquela casa velha? Como sabia que não servia de pano para remendar aqueles retalhos? Ela se doava para aquela pessoa, se entregava de corpo e alma jurando que tudo aquilo fosse dividido igualitariamente igual. Amar dói, e ela não conhecia esse lado por estar enganado com falsos amores. Mas amor é isso né? Curar a pessoa até que ela esteja completamente salva, pronta para outra partida sem-volta de amor. Ao saber que essa pessoa estava tão pouco ligando para as dores profundas causadas no seu pequeno coração vermelho, ela então deu meia-volta e foi embora. As vezes a pessoa que tanto desejamos aparece, as vezes nos enganamos pensando que aquela era realmente a pessoa. Continuaremos jurando amores, continuaremos acreditando nele.. Porque senão nós estaremos todos perdidos, não?

domingo, 20 de junho de 2010

Trágica.


Tinha a mesma rotina todos os dias. Arrumava a casa por inteira, colocava objetos nos seus devidos lugares depois de tirar o pó de um por um. Arrumava as cortinas de uma forma em que o sol não pudesse entrar, nem ao menos aparecer um pedaço da luz. Limpava o chão e deixava a louça no seu devido lugar, limpa como sempre, brilhando, tinindo. Era assim que tudo ficava, todos os dias da semana e até mesmo do ano. Passava a maior parte do meu dia arrumando a casa. As vezes acordava até no meio da noite para ver se tudo estava em ordem. Paranoia minha, quem iria bagunçar aquela casa? Se eu morava sozinha? Sempre quando arrumava a casa, tomava banho em seguida para tentar tirar o peso das minhas costas por me sentir suja. Arrumar a casa era uma forma de fingir que eu estava bem comigo mesma, eu poderia controlar onde os objetos ficariam quando eu queria, poderia mudá-los de lugar, poderia não deixar o sol entrar na minha casa, poderia limpar todos os degraus daquela enorme casa, poderia deixar tudo no seu devido lugar. Mas eu não poderia deixar a minha vida em ordem, não podia controlar os meus sentimentos e muito menos os meus pensamentos, não podia controlar o choro. As vezes, segurando ainda a vassoura eu colocava uma das minhas mãos no meu rosto e chorava por horas, logo em seguida eu me arrumava e ia arrumar a casa de novo. Minha vida era trágica, suja. Diferente daquela enorme casa branca.

sábado, 19 de junho de 2010

Suicidio.


Olhei para os lados e me deparei com o vazio. Olhei para dentro, e não vi absolutamente nada. Corri ruas e ruas, entrei em bares e não via nada além de garrafas jogadas pelo chão. Entrei em ruas desertas e não via nada além de solidão. Tentei ver mais a fundo nessas ruas desertas e solitárias, mas não vi nada além. Tinha perdido a magia de ver coisas bonitas, tinha perdido a vontade de conseguir enxergar algo além. Entrei em um bar e gritei bem alto: - “SOCORRO, alguém esta ai?”. Não ouvi nada além do eco da minha voz, olhei pra dentro de mim mesma e gritei para que eu pudesse ouvir: -”Socorro, você pode me ajudar?”. Nem eu mesma quis me ajudar a sair da escuridão em que entrará. Peguei algo que pudesse ser bom o bastante para atravessar o meu corpo pesado para deixar minha alma finalmente em paz. Antes de cometer tal suicídio tive o meu ultimo grito de socorro: -”Você nunca mais poderá me salvar ”.. “Poft”, foi a ultima coisa que ouvi. Morri sorrindo. Era isso que eu desejava.