quinta-feira, 11 de março de 2010

O meu livro.


Porque antes, quando algo saía da minha boca que não deveria ter dito. Eu simplesmente dizia que não tinha sido eu, que tinha sido o meu eu-lírico, ou então.. Que eu tinha me transvestido de outra pessoa. Minha sinceridade era tanta, que as vezes achava que deveria ter ficado calada no momento. Porque querendo ou não, verdade dói. Mesmo pra mim que prático muito ela. Sempre fui muito egoísta, nunca quis dividir nada do que é meu com ninguém. Nada que me pertencia eu queria dividir. Hoje eu divido tudo existente em mim, principalmente os meus sentimentos, meus sonhos, minhas vontades, desejos.. Eles agora são em dobro, são maiores, mas são divididos. Mesmo assim, nunca deixei de ser o que eu acreditava e ainda acredito. Nunca deixarei de ser. Mas uma coisa é verdade, eu posso tirar cada peça de roupa, posso te dizer cada passo da minha vida, posso te contar cada tombo meu.. Mas ninguém nunca vai conseguir me conhecer tão bem como eu mesma! Eu sou um livro aberto, um livro exposto em todos os lugares, um livro cheio de olhares, um livro que pode até ter sedução com ilusão. Ou então, vaidade e maldade. Mas eu sou um livro, aberto e exposto só pra mim. Eu sou um livro que só eu mesma posso ler quantas vezes bem entender.. E sabe, eu adoro o cheiro desse livro que ficou durante uma eternidade na estante. Adoro o cheiro mofado desse livro eternamente morto...

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