
Tinha tanta saudade escondida em um lugar do meu peito, tinha tantos desejos de matar ela.
Queria tanto saciar toda essa saudade, era tanta saudade que eu até achava que estava ficando doente. Saudade mata a gente aos poucos, essa é a verdade. Quando eu sentia saudades, olhava à lua e abria um pequeno sorriso, aquilo me confortava. Porque a lua sentia saudade também, ela deveria ficar triste pelo fato de quando estar nascendo.. O sol já tinha partido. Porque querendo ou não, um completa o outro de alguma forma. Eu não desviava mais os meus olhos quando esse ser me olhava nos olhos, esse ser que por muitas vezes me fez sentir saudade e que por muitas vezes me fez acreditar. Eu o olhava fixamente, adorava ver até onde ele conseguia ir. Adora ver tamanho cinismo de querer algo a mais! Os ponteiros do relógio nunca foram legais comigo, sempre foram insistentes quando queria que eles demorassem, passavam rápido. E vice-versa. Então, eu resolvi inventar o meu próprio tempo, resolvi esquecer que existia relógio e eu fiz o meu. Quando queria algo, logo fazia, não esperava dar à hora. Não esperava nada.. Porque eu tinha o meu relógio. Não olhava mais fotos velhas, recordações que todo nós guardamos, pelo fato disso fazer parte do nosso passado, e passado pra mim.. É tempo velho. O tempo era algo que por muitas vezes odiei. Tinha tanto medo de olhar à hora.. Tinha medo de fazer parte dela. Essa saudade fazia parte do tempo e por isso queria arranca-la do meu peito. Essas mentiras eram o pior do tempo, por isso queria apaga-las de minha memória.. Engraçado, só eu boba não via.. Que enquanto eu concluía esse pensamento, estava pensando justamente nele.. No tempo tempo perdido.
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