
Quanto mais eu vejo fotos amarelas, mais eu desejo sorrir por dentro, nem que seja falso e rápido, desejo muito abrir um sorriso de mentirinha, de brincadeira, mas o problema é que até hoje não sei mentir direito pra mim mesma. Eu gosto tanto de flores, amarelas, brancas, vermelhas... E por mais incrível que pareça, hoje eu estou cheinha delas por fora, estão somente flores. Mas por dentro eu estou tão longe de ser flores, estou tão longe disso tudo, estou mais pra essas fotos amarelas espalhadas no chão. Acho que estou com um grande problema, algo muito profundo, muito mesmo: Eu não estou mais acreditando em nada. Não sei se um dia eu cheguei a acreditar, só que mais do que nunca eu não acredito e chego até duvidar, consegue compreender o grande problema no qual eu entrei? Eu só acredito se eu sentir que for real, se eu tocar e ver que é diferente, se eu morder e falar que é bom e eu pedir mais, se eu beijar e falar que é bom e que no fundo também é bom, se eu abraçar e dizer que nada se compara. Até quando eu vou no cinema eu só consigo permanecer dentro dele se quando o filme começar e com ele as luzes do cinema irem se apagando e junto com elas o mundo for sumindo bem devagarinho, como se nada mais existisse além da história a ser contada. E quando eu começar a ver, me interessar sobre: O porque, como e quando. Se eu me interessar sobre isso, sei que o mundo não existirá enquanto o filme acabar. E isso tudo se encaixa em absolutamente tudo no que eu quiser me dedicar, entende? Quero tocar algo que faça os ponteiros do relógio pararem, quero triscar nem que for o dedo mindinho em algo que acreditei que fosse realmente verdadeiro, quero abraçar o mundo e sentir que ele é realmente, queria poder tocar em algo e dizer que era exatamente o que eu procurava. Porque é disso que eu preciso por hoje, por amanhã e talvez depois de amanhã. Quero ver realmente que o sol nasceu, quero sentir toda a chuva batendo na minha pele fazendo com que eu me arrepiei, que os choques térmicos aconteça, quero isso de verdade. Queria algo que falasse que é real e que realmente fosse, não que ficasse no que é apenas dito e depois fizesse ao contrário, eu quero que alguém me prove realmente que se interessa, queria que alguém me falasse que o mundo e as pessoas não são tão difícil como aparentam ser. Queria muito que alguém me abraçasse com total sinceridade quando eu sentisse medo em um filme de terror, queria que alguém segurasse realmente minha mão e falasse que entende o motivo pelo qual eu choro. Não que gritasse e perguntasse o porque, mas antes de saber os meus motivos, falasse que entende, que realmente se coloca no meu lugar, que realmente sabe como é querer acreditar em algo que não tá fazendo valer a pena. Vamos voltar ao começo de tudo, vamos voltar a falar sobre o que eu realmente quero, mas ai eu me pergunto: O que você realmente quer? Que o mundo pare? Que os relógios continuem andando? Ou então, você quer, um pouco mais de você mesma? Eu na verdade quero mais eu, mais eu no terminal, mais eu dentro do meu quarto, mais eu quando vejo um filme, mais eu quando sinto medo, mais eu quando amo, mais eu quando abraço outro alguém... Eu quero é que eu realmente mostre pra mim mesma o que é tocar o real e parando de fingir que toco todos os dias no que finjo que é.
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