
É só dar um pequeno passo para conhecer o que eu chamo de : Minha paz. Talvez você, eu, ou todo mundo, nunca tenha entendido isso de que eu chamo de: Minha paz. Mas a verdade é que eu não posso explicar o que nem eu mesma compreendo, isso tudo se torna tão vago como se fosse nada, eu sei, talvez seja inútil explicar o que eu não sei começar, mas tentarei. Eu sei que eu me armaria inteira, lutaria todos os dias, para fazer com que a paz reinasse, mesmo que pra isso tivesse que existir guerra. Creio que o que eu acabei de falar é uma ironia profunda, pelo fato de precisar haver guerra para a paz reinar sobre mim, sobre você, sobre todos nós. O mundo nasceu da paz, acredito nisso profundamente, e no que eu acredito, luto até o fim. Sempre me falaram que eu sou uma pessoa destemida sobre o que eu acredito, e deva ser verdade mesmo, porque pela minha, pela sua e pela paz de todos nós, eu me armaria até os dentes para tê-la. Mas creio que não necessitaria disso se o mundo fosse flores, se ele fosse verde, é, verde. Verde sempre foi minha cor preferida e não cor-de-rosa como de todas as meninas com cabeça de vento, sempre gostei de verde por que pra mim ela é a cor da liberdade, árvores, natureza, isso tudo lembra sol, chuva, nuvens, rios... Liberdade. E eu acho que por mais que as vezes eu tenha nojo de mosquito, medo de um inseto e pavor de cobra, eu gosto de estar na natureza, talvez pelo ar, cheiro, pelas cores, ou talvez por ali se encontrar uma paz extremamente serena, como a que eu procuro, para que eu luto, que tenha todos os dias. Creio que para eu ter essa minha paz, eu precisaria de alguém que aceitasse os meus medos, os meus sonhos loucos, as minhas insônias insuportáveis, a minha insanidade, os meus defeitos e as vezes, as minhas qualidades. Porque nem toda qualidade minha que é boa para mim, talvez seja boa pra você, isso cabe em defeito também. Acho que precisaria até mesmo entender as musicas que escuto, precisaria ouvi-las como eu ouço, precisaria que tocasse fundo a alma para entender o porque eu escuto uma musica repetidamente o dia inteiro, sem enjoar, sem cansar. Acho que para eu achar a minha paz, eu deveria entender que o meu caminho é dentro de mim mesma, não fora. Eu deveria compreender e mastigar isso para não procurar mais nas pessoas, dentro delas e não em mim. E mesmo com as porradas na cara, com as mentiras que já ouvi ser contadas, mesmo passando fome e com amores novos, eu procuro o que nunca achei em mim. Mas não que eu não tenha, eu tenho até demais, tenho dentro de mim, fora, no que escuto, no que leio, no que vejo, eu tenho o que tanto procurei nas pessoas alheias e talvez isso seja um bem, uma grande perfeição, entender sem mesmo ter entendido. Eu sei que é complicado de compreender o que eu acabei de dizer, mas eu compreendo, às vezes né. Mas é como os restos de uma vela acessa, é como os restos de um incenso mal usado, às vezes nem você mesmo sabe porque resolveu pegar um esqueiro para usá-los, talvez pra achar essa bendita paz, ou então, para nada. Porque nesses tempos os seres humanos resolveram se resumir nisso: No nada. Quanto mais a sociedade pede conteúdo, mais as pessoas se rejeitam a dar, mais elas se negam, mais elas somem, cansam, correm e vão com os outros serem os mesmos, sem nada que os diferencie um dos outros. Que alguém, deuses, orixás, ou sei lá o que, levem embora isso da boca de todas pessoas: O gosto de fracasso podre misturado com vodka da mais barata, que leve pra longe todos os mal espíritos e que reine a paz. Mas as vezes, o que vagamente me dá paz, o que as vezes me dá uma paz completa, é quando eu me sinto, mesmo que longe, é quando vejo que eu vivo. É quando existe margarida no fundo do poço.